sexta-feira, 6 de março de 2020

O FLAGELO DOS “PASTORES MONARCAS” E SEUS “PRINCIPES HERDEIROS”


Estamos vivendo dias de severas mudanças e esfriamentos nas denominações evangélicas.  A mundanização e a superficialidade começam a emergir. Por que digo isso? Porque, apesar de décadas de crescimento, e após termos alcançado um porte nunca antes visto, acabamos por contrair algumas mazelas espirituais desenvolvidas na idade média como: o comércio da fé e a apropriação dos templos. Como isso está acontecendo? Bom, nesta postagem vou apresentar um dos muitos fatores.
Quem tem um bom tempo na vida evangélica, irá lembrar-se dos dias em que para ser consagrado à obreiro, deveria se ter chamada ministerial, a qual somente com sensibilidade espiritual poderia ser apresentada. Não era a genética ou a proximidade do líder que determinava o chamado. Era o Espírito Santo.
Contudo, com o passar dos anos, a igreja evangélica tornou-se uma forma de se adquirir poder financeiro e político. A “igreja” passou a ser vista mais como uma empresa ou império do que como assembleia de santos como deveria o ser.  Está tornando-se num significativo instrumento de poder e meio de promoção na política humana.
Com isso, um sentimento patrimonialista abraçou muitos, ou seja, muitos estão considerando o ministério pastoral, não como uma missão ou chamada divina, mas como um título conferidor de propriedade do que está a liderar, de maneira que não veem mais a igreja de Deus como a assembleia dos filhos de Deus, mas como bem material a ser transmitido para seus herdeiros.
É certo que muitos descendentes de ministros possuem uma evidente chamada ministerial, e é obvio que não estou a me referir de quem Deus realmente chamou para suceder. Muitos pastores sabem deixar verdadeiros legados espirituais para seus filhos, de forma que esses se levantam como homens de Deus, dignos de estar na liderança do ministério.
Entretanto hoje não são poucos os que afastam a chamada espiritual. Buscam transmitir uma estrutura de poder, ao invés de deixar um legado espiritual que realmente brilhe na Terra. A vontade de se perpetuar no poder eclodiu, de maneira que não basta mais continuar na cadeira por um tempo, agora muitos se empenham para transmitir o poder para seus descendentes, tenham eles chamada ou não. Em razão disso, para assunção do "ministério" substituiu-se a vocação e a indicação divina, pelo “laço genético ou parental”.
Agora a posição de filho, ou genro do pastor, trás a garantia de que um dia será meteoricamente consagrado a diácono, presbítero, evangelista, pastor auxiliar e enfim, a vice-presidente, posto no qual aguardará somente a jubilação do "monarca" ou sua morte, para assumir. Observem este fenômeno no Brasil. 
Quantos estão colocando seus filhos diretamente na vice-presidência de uma denominação, sem ao menos considerar que ao seu lado existem pastores, homens de Deus, com mais de 60 anos de idade, que o acompanharam nos mais difíceis momentos do ministério, possuindo o perfil de obreiros aprovados e que manejam bem a palavra da verdade. Contudo, falta-lhes um elemento: ser filho, filha, genro, neto ou ter algum outro laço de família com o detentor do trono.
O problema maior se instaura quando, querendo mostrar inovações, o “príncipe-herdeiro”, implanta hábitos estranhos na liturgia do culto, e, na falta do Espírito Santo, recorrem a estratégias psicológicas de atração de massa, alterações no layout da igreja, combinações de fundos musicais e “louvores” que mais se assemelham a MANTRAS do que a adoração genuína.
Muitos fingem que estão falando em línguas, exigem que se busquem crescimento, mas sequer se importam com a saúde das ovelhas. Usam os púlpitos para bater naqueles que não contribuem para construir seus projetos pessoais, os quais atribuem ser vontade de Deus. 
Essa mecanização, para marcar um novo “reinado genético ou parental”, até pode trazer um bom número de novos ditos “fieis”, mas problemas vorazes começam a surgir tais como: mundanização da igreja, pessoas vazias, pecados encobertos, obreiros fracos e sem conhecimento da palavra,apelos emocionais extremos, ameaças psicológicas, entre outros.
Geralmente os "monarcas e príncipes-herdeiros" não gostam da Escola Dominical, preferem interrompe-la para implantarem outros eventos, de maneira que dificultam o aprendizado dos membros. Torcem a palavra ao seu bel prazer; põem políticos, palhaços, blocos de carnaval sobre os púlpitos, pintam a igreja de preto, e ainda chamam  isso de estratégia de evangelização. 
Outra prática recorrente desses, é o “aborto de líderes e profetas”.
“Aborto de líderes e profetas”?
Permita-me explicar:
Uma igreja que esteja sob a meta de transmissão monárquica da cadeira pastoral, possui como uma de suas características a interrupção ou suspensão ministerial de um verdadeiro líder ou profeta que se levante. Quando o “pastor-monarca” ou mesmo seu “príncipe-herdeiro” percebem que alguém está se destacando como líder, apresentando uma palavra substancial, ou que sua liderança esteja realmente proporcionando o crescimento de qualquer conjunto ou grupo, busca rapidamente substituí-lo ou deixa-lo no banco, no intuito de aniquilá-lo por inanição.
Um homem, mulher, rapaz ou moça que se destaque como um referencial de palavra ou fé, é visto como uma potencial ameaça ao "trono", geralmente é suprimido para que não tenha a chance de crescer. O ato do  “aborto de líderes e profetas” exige do “monarca ou príncipe” que aja rapidamente para impedir, a qualquer custo, que o obreiro venha a ser maciçamente conhecido. 
Os "monarcas" se cercam de líderes fracos que muitas vezes criticam-no por trás, mas em sua frente não o questionam. Infelizmente tais pastores não tem amigos, se limitam a terem "figurantes" no ministério, que não podem atuar diretamente, sendo limitados aos papeis pré-definidos e condicionados, não podem ter iniciativas próprias, caso contrário também serão cortados.
O “pastor-monarca” ou seu “príncipe-herdeiro” preferem extinguir o momento da pregação do cronograma litúrgico, do que permitir que um pregador ameace seu trono”. Não percebem que são protagonistas em um cenário profético. Jesus assim disse:

Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.  Mateus 24:10-12


Apesar de tudo, louvo a Deus, pois a igreja é Dele, e se isso tudo tem acontecido, é porque nosso Senhor é longânime. Entretanto, o próprio Senhor tem anunciado que sua ira tem prazo para entornar. Somente peço à Deus que tenha misericórdia dos fieis que se encontram escondidos, clamando para que o Senhor intervenha.
Alguém pode dizer: então devemos nos levantar contra esses monarcas!
Lembre-se que Jesus disse:

“Ai do mundo, por causa dos escândalos. Porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!” Mateus 18:07

Não devemos promover escândalos.
Não aconselho que se levante para fazer o que Deus deve fazer.
Em alguns lugares, pessoas conseguem destronar tais, contudo um novo trono surge, e geralmente sedento de inverter a forma de operar anterior, levando o povo para outro extremo tão nocivo quanto o primeiro.
Mas o que fazer então?
Apenas orem!
Se não conseguirem esperar a intervenção de Deus, vão para outra denominação que busque ser mais fiel ao comando divino. Afinal ser desigrejado não é ser profeta é ser egoísta. 
Bom seria se pudesses ficar para ajudar o grande número de feridos que existem dentro das igrejas e que estão sofrendo como a omissão causada pelo mal aqui informado.
Não se importem com cargos. 
Se não te oportunizam os cultos para pregar, pregue em seus trabalhos, em suas escolas, nas ruas, em suas casas, em suas famílias, nos locais para onde Deus te enviar ou te colocar. 
Visite os órfãos e viúvas e ajude-os. 
Dê pão a quem tem fome, vestes a quem está com frio, faça a obra do Senhor.
Se os “monarcas e príncipes” estão ocupados sendo autoridades, então seja você um pastor dos necessitados. Não se acomode em cobrar que eles façam o bem, faça você o bem que reivindicas.
Ore e contribua com os missionários no campo, eles são "banqueiros de Deus" para fazer render o seu talento.
Aconselhem quem está em depressão. 
Ajudem a pacificar relações. 
Salvem casamentos. 
Reestruturem famílias. 
Não gerem confusões na igreja. 
Não transformem o templo em zona de protestos, isso é vergonhoso. 
Não briguem por “tronos terrestres”. 
Façam a parte de vocês perante Deus. 
Deixem Deus resolver essa questão. 
Não deixem de ir ao templo, pois há membros da igreja que estão doentes dentro dele e Deus tem te chamado para ser um resgatador, ainda que anônimo.
Seja um profeta, ainda que escondido. lembra do que Deus falou para Elias?

"Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo: Senhor, mataram os teus profetas, e derribaram os teus altares; e só eu fiquei, e buscam a minha alma?
Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos a Baal. Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça. 
Romanos 11:2-5"

No livro do Profeta Jeremias Deus assim fala:

 Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor.  Portanto, assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor.  E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão e se multiplicarão.  E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor. Jeremias 23:1-4.


Ressalto novamente o seguinte: há muitos pastores que são homens de Deus e devem continuar na liderança e presidência da igreja, pois são merecedores material e espiritualmente disso; há muitos filhos de pastores que possuem a chamada divina, sendo muito justo que assumam a direção, pois não são pastores por sucessão e sim por verdadeira unção. Esses muitas vezes promovem um crescimento material e espiritual da igreja como nunca antes visto. Há muitos líderes que são verdadeiros formadores de líderes.
O que aponto à todos, por meio deste texto, é a nocividade daqueles que destroem a obra de Deus, por se recusar a aceitar que a igreja não é deles e sim de Deus.
Deixo ainda um recado para os tais “pastores-monarcas” e aos “príncipes-herdeiros”:
O que vocês estão fazendo promove a ira de Deus. Há tempo para mudar a essa história.  Busquem a verdadeira chamada pastoral. Tirem a corrupção de vosso meio. Tirem as traições de vossa vida. Parem de abortar líderes. Parem de levantar hipócritas e chamá-los de líderes. Arrependam-se de seus pecados. Parem de pisar em ungidos e chamar de ungidos quem não é. Parem de usar o púlpito para buscar seus próprios interesses, chamando-os de vontade de Deus. Parem de dizer que Deus mandou fazer isso ou aquilo quando na realidade é vossa vaidade quem está clamando. Parem de inserir programações sociais, festejos, atrações e outros, no meio do culto, façam-no depois, o culto é para Deus. Parem de colocar suas fotos nas frentes de vossos templos, pois quem deve ser destaque é Deus. Parem de simular. 
Deus está vendo tudo e breve intervirá.
Arrependam-se antes que o vosso encontro com Deus chegue.
Deus seja com todos os fieis na face da Terra.
Amém.

DÍZIMOS NÃO MAIS AFASTAM O DEVORADOR.

  A paz do Senhor Jesus Cristo povo lindo. Permitam-me compartilhar um estudo bíblico com vocês. Confesso que é um pouco comprido, mas enten...